Com um preço exorbitante de US$ 5 milhões, essa iniciativa substitui o antigo programa de visto EB-5, que por 35 anos permitiu que investidores estrangeiros obtivessem um green card injetando capital em empresas dos EUA.
"Estamos trazendo os melhores, os mais brilhantes e os mais ricos. Eles gastarão, investirão, pagarão impostos e criarão empregos", declarou Trump no Salão Oval, posicionando a medida como um impulso econômico e não apenas como uma mudança na política de imigração.
Mas isso não é apenas uma estratégia econômica - é uma declaração política. Enquanto Trump pressiona pela deportação em massa de imigrantes sem documentos, ele simultaneamente estende o tapete vermelho para os ultra-ricos. A mensagem é clara: na América de Trump, o dinheiro fala - e ele compra seu lugar no país.
A economia por trás do Gold Card: As boas-vindas de um bilionário
O Trump Gold Card substituirá o visto EB-5 dentro de algumas semanas, de acordo com o Secretário de Comércio Howard Lutnick. O programa anterior exigia que os investidores investissem pelo menos US$ 1 milhão em uma empresa que criasse 10 empregos, mas tinha suas falhas - principalmente riscos de fraude e dificuldades para verificar a origem dos fundos.
Esse novo sistema eleva o nível:
Buy-in mais alto - Com US$ 5 milhões, o Gold Card é voltado para uma classe de investidores mais elitizada.
Aumento da receita - Trump lançou a ideia de vender 10 milhões de Gold Cards, teoricamente gerando US$ 50 trilhões - o suficiente para eliminar os déficits e turbinar a economia dos EUA.
Exclusividade como ponto de venda - Não se trata apenas de um visto, mas de um símbolo de status, que faz parte da marca de luxo que atrai a elite global.
De acordo com o Departamento de Segurança Interna, cerca de 8.000 vistos de investidor foram emitidos nos 12 meses anteriores a 30 de setembro de 2022. Mas essa nova iniciativa leva a monetização da imigração a outro nível, transformando a residência nos EUA em uma classe de ativos em vez de um processo baseado em mérito.
Markelitics em ação: o efeito da marca Trump
Essa não é apenas uma mudança de política - é um golpe de mestre de marketing. Trump entende o poder da marca e está aplicando o mesmo manual que usou no setor imobiliário, na mídia e na política:
Escassez e prestígio - Ao contrário do genérico "Green Card", o "Gold Card" exala exclusividade, posicionando instantaneamente os Estados Unidos como um produto premium.
Cidadania paga - Ao redefinir a imigração como um produto de luxo, Trump entra na psique dos ricos: Se custa mais, deve valer mais.
Política disruptiva - Ao contornar a aprovação do Congresso, Trump sinaliza força para sua base e, ao mesmo tempo, desafia os canais legislativos tradicionais.
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A troca política: quem ganha e quem perde?
Embora essa medida agrade aos bilionários e às elites globais, ela também aprofunda a divisão na posição de Trump em relação à imigração. Por um lado, ele está prometendo deportar milhões de imigrantes sem documentos, geralmente trabalhadores de baixa renda. Por outro lado, ele está vendendo um passe VIP para os Estados Unidos para os ultra-ricos.
Os críticos argumentam que isso consolida um sistema de imigração de dois níveis:
A riqueza compra a inclusão - Se você tem US$ 5 milhões, é bem-vindo. Se estiver buscando refúgio ou oportunidade com nada além de trabalho duro, a porta se fechará.
Brechas legais e supervisão - Diferentemente das vias tradicionais de cidadania, os critérios do Gold Card permanecem vagos, levantando preocupações sobre segurança nacional, lavagem de dinheiro e compra de influência.
O Congresso foi deixado de lado? - Trump insiste que não é necessária a aprovação do Congresso, uma medida que pode levar a batalhas legais.
No entanto, para os principais apoiadores de Trump, isso poderia ser visto como uma vitória para todos: atrair investidores com muito dinheiro, reduzir a dependência do governo em relação aos fundos do contribuinte e posicionar os Estados Unidos como o clube mais desejável do mundo.
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